10/05/2006 - 15h14min
Casan apresenta projeto para acabar com mau cheiro em São José
Com o intuito de resolver o problema do mau cheiro vindo da lagoa de estabilização do bairro Potecas, em São José, a Alesc, por intermédio da Comissão de Legislação Participação, presidida pelo deputado Paulo Eccel (PT), realizou na noite de ontem (9), no complexo Esportivo Forquilhão, no bairro de Forquilhinhas, em São José, uma audiência pública com representantes das associações de bairros e da Casan. Durante a reunião ficou decidido que a ata dos trabalhos será encaminhada à Casan e à Fatma, responsável pela fiscalização da estatal, à Câmara de Vereadores de São José e às associações de bairros.
Eccel também salientou a importância de haver políticas compensatórias para a comunidade e pediu ao representante da Casan que informe os procedimentos que serão adotados à Comissão e à Câmara. O diretor de Operações da Casan, Osmar Ribeiro, apresentou aos participantes o novo projeto que a Casan vem desenvolvendo para acabar com os problemas, que aumentam no inverno devido às chuvas e à umidade que forma no local. Até dia 20 de maio a Casan apresentará um pré-projeto detalhado, contendo os custos, depois disso mais 90 dias para licitar o projeto. Osmar acredita que até o início de 2007 a obra estará pronta.
O projeto consiste na construção de dois reatores anaeróbicos, que irão fazer o tratamento do esgoto. Isso aumentará a eficiência da estação e aumentará sua capacidade, que hoje é de até 150 mil habitantes para até 300 mil habitantes. “Entretanto, estaremos iniciando nos próximos dias tratamento biológico, a partir de biobactérias para eliminar o odor”, informou Osmar. Segundo o presidente da Associação de Moradores do Conjunto Habitacional de Forquilhinas, Vilmar Ramos, o cheiro atinge 16 bairros do município. “Sem as entidades não há luta. Quero pleitear junto à Alesc que façam alguma coisa pela nossa comunidade que tanto precisa. Queremos a solução e não promessas, pois sem saneamento não existe saúde”.
Já o presidente do Conselho Comunitário de Potecas, Marcelo Gonçalves de Souza, salientou que diversos abaixo-assinados foram encaminhados à Casan para que fizessem alguma coisa para acabar com o mau-cheiro. “Mas, infelizmente, nada foi feito pelo bairro”, lamentou.
O fato da comunidade não ser muito participativa foi citado pelo presidente da União Josefense das Associações de Moradores, Cássio Martins. “A Casan nunca fez nada, alegavam que não conseguiam, mas tinha que ter sido feito. Deve ser muito triste viver com esse cheiro”. Representando a Câmara de Vereadores de São José, Osni do Amaral (PMDB) disse que o problema é tão grave que as pessoas ainda não entenderam a importância. Ele também informou que no último sábado (6) um manifesto foi realizado na Lagoa, com a presença dos vereadores, para demonstrar a situação desagradável que a comunidade vem atravessando há 17 anos. “A solução existe. A situação de quem vive lá é constrangedora e preocupante. Eu queria que o presidente da Casan, Valmor de Lucca, passasse o dia, ou pernoitasse, para ter noção da situação”.
O problema do esgoto foi discutido pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Água e Esgoto de Santa Catarina (Sintae/SC), Odair Rogério da Silva. Segundo ele, o saneamento é uma tarefa do Estado, e tem que ser resolvido. O que preocupou Odair é que o problema do mau cheiro vai ser resolvido em São José, mas continuará em outros municípios. “Enquanto não houver grandes investimentos em saneamento, não haverá saúde. Não basta municipalizar, acredito muito em parcerias. Isso é luta pela qualidade de vida”. (Denise Arruda Bortolon)
29 de março de 2010
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